Soubemos há dias, em plena incredulidade que os senhores deputados aprovaram à porta fechada uma medida que nos tirará desta crise, da mundial, da nossa, de pequenez circunspecta. Os ditos, poderão receber sem qualquer controle até perto de um milhão de euros em cash. O que dizer? Teremos ouvido bem?
Será possível que quem é eleito para representar possa agir sem qualquer pudor? E logo, todos? Não resta nenhuma possibilidade para que apenas um , tenha ficado indignado por isto? Não é difícil adivinhar porque nestas praias, de cores azuis e casas brancas, o insucesso do presente é uma garantia genética. Eça de Queirós, há mais de cem anos, escrevia assim no gracioso ano de 1867 no Distrito de Évora.
«Ordinariamente, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo, em Portugal, são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidade e interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?" (1)
(1) citado de olhaioslíriosdocampo.blogspot.com
(Imagem, Georges Braque, Paysage de Provence (1907),
in eaobjects.wordpress.com)
Será possível que quem é eleito para representar possa agir sem qualquer pudor? E logo, todos? Não resta nenhuma possibilidade para que apenas um , tenha ficado indignado por isto? Não é difícil adivinhar porque nestas praias, de cores azuis e casas brancas, o insucesso do presente é uma garantia genética. Eça de Queirós, há mais de cem anos, escrevia assim no gracioso ano de 1867 no Distrito de Évora.
«Ordinariamente, todos os ministros são inteligentes, escrevem bem, discursam com cortesia e pura dicção, vão a faustosas inaugurações e são excelentes convivas. Porém, são nulos a resolver crises. Não têm a austeridade, nem a concepção, nem o instinto político, nem a experiência que faz o Estadista. É assim que há muito tempo, em Portugal, são regidos os destinos políticos. Política de acaso, política de compadrio, política de expediente. País governado ao acaso, governado por vaidade e interesses, por especulação e corrupção, por privilégio e influência de camarilha, será possível conservar a sua independência?" (1)
(1) citado de olhaioslíriosdocampo.blogspot.com
(Imagem, Georges Braque, Paysage de Provence (1907),
in eaobjects.wordpress.com)
Sem comentários:
Enviar um comentário