quinta-feira, 21 de maio de 2009

O Senhor Cinema



Existem pessoas que deveriam deixar com todos nós, os que temos o privilégio de viver, todas as suas histórias, enredos de uma imaginação da palavra onde a memória e a criatividade souberam explicar a magia do encontro com a nossa representação. Justamente o cinema.

O cinema foi para alguns de nós, uma porta de entrada num mundo novo. Filhos de um País cinzento, na tradição salazarista do só ler, escrever e contar, a escrita do cinema oferecia enredo a cada um de nós. Desde os tempos em que no País do senhor Silva nada de especial acontecia, quando todo o Mundo se agitava com ideias novas, rupturas de pensamentos diversos, aqui permanecia a censura e uma inocência escondida, desconhecedora do mundo.

O cinema representou tantos sonhos, numa energia de deslumbramento para ultrapassar fronteiras velhas. O cinema trouxe-nos a beleza e a descoberta de sorrisos sem fim. Quantos enumerar? Mas trouxe-nos a perspectiva de em cada mundo privado compartilhar emoções, de compreender o encontro entre novos e velhos, pobres e ricos, sonhadores e conformistas. E trouxe-nos a confirmação de como nos tínhamos afastado do mundo.

Formado em Ciências Históricas e Filosóficas, foi Director da Cinemateca Nacional e sobretudo soube falar de cinema, dos gestos, do olhar, do heroísmo e da nobreza e da solidão em que todos se confrontam com a vida. Este homem cuja paixão maior foi o Cinema, apenas necessita que lhe digamos isso.
A sua Biografia é o próprio Cinema. Escolher um filme que lhe esteja mais perto é difícil. Poucos como Cinema Paraíso falarão tanto do que é a paixão pelo Cinema. Aqui o deixamos numa imagem evocativa a João Benard da Costa, que hoje deixou de nos falar dessa matéria-prima da imagem e dos sonhos.

(Imagem, in Jardinsdevento.blogspot.com)

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