sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Saudações Lectivas e Bibliotecárias





No início de mais um ano lectivo deseja a Escola e naturalmente a Biblioteca/Centro de Recursos (BE/CRE) saudar a Comunidade Educativa.

Sejam bem-vindos ao “grande lugar”que é a Biblioteca.

Nela, jovem aluno, encontrarás de forma privilegiada o conhecimento mas também o afecto. O encontro com o outro. Este lugar irá ajudar-te a crescer. Pelo enriquecimento curricular e pelas vivências que permitem um alargamento cultural.





No entanto, imperativos meritórios (requalificação do espaço) não permitiram a sua abertura no arranque do ano lectivo. Aguarda-se a chegada do novo mobiliário, só, então, as novas estantes irão ficar recheadas dos livros, CD´s, DVD´s, que todos já conheciam…mas SURPRESA… novos documentos estão a caminho…

Informa-se que o mês de Outubro é o Mês Internacional das Bibliotecas Escolares.

Desejaríamos que durante esse mês estivessem as obras concluídas e se pudesse fazer a abertura da Biblioteca à comunidade, após o que estão planificadas visitas guiadas à BE/CRE, com a entrega dos livros - oferta (PNL) aos alunos dos 5ºs Anos. Essas visitas têm por finalidade fazer a chamada “formação do utilizador”, iniciando o aluno na orgânica da Biblioteca e nas técnicas de pesquisa.

No âmbito do que anteriormente dissemos, pretende a Biblioteca desenvolver ao longo do ano lectivo, actividades de carácter pedagógico-cultural. Assim, vamos iniciá-las, destacando o Dia Mundial da Música, dia 1 de Outubro.

Feitas várias diligências (tentativa de fazer participar os nossos alunos-músicos na execução de peças instrumentais…mas que este ano não se revelou possível concretizar, etc.) confirma-se a participação da Academia de Música de Óbidos.

O Director e maestro da Academia respondeu positivamente e com total disponibilidade para trazer à Escola um colectivo de alunos organizados em orquestra. Fazer chegar aos alunos desta escola momentos de música erudita, normalmente chamada clássica é um desafio e simultaneamente um risco. Mas arriscamos porque a nossa função é mostrar-lhes a diversidade tendo, apenas, como critério a qualidade. Esta actividade no âmbito da música permitirá aos alunos contactarem com novas sonoridades, diferentes instrumentos musicais e irá certamente contribuir para alargar o leque de escolhas nesta área.

A efectivação deste projecto está, apenas, dependente da possibilidade de conseguir, ou não, transporte camarário. Se o conseguirmos teremos o concerto a começar às 15:30 no espaço do Polivalente.

Estamos no final de Setembro e a estação outonal está aí. Deixo-vos com alguns poemas a propósito.




Em uma Tarde de Outono

Outono. Em frente ao mar. Escancaro as janelas
Sobre o jardim calado, e as águas miro, absorto.
Outono... Rodopiando, as folhas amarelas
Rolam, caem. Viuvez, velhice, desconforto...

Por que, belo navio, ao clarão das estrelas,
Visitaste este mar inabitado e morto,
Se logo, ao vir do vento, abriste ao vento as velas,
Se logo, ao vir da luz, abandonaste o porto?

A água cantou. Rodeava, aos beijos, os teus flancos
A espuma, desmanchada em riso e flocos brancos...
Mas chegaste com a noite, e fugiste com o sol!

E eu olho o céu deserto, e vejo o oceano triste,
E contemplo o lugar por onde te sumiste,
Banhado no clarão nascente do arrebol...

Olavo Bilac


Talvez nem seja um tordo. Um pássaro
cantava. Seria o último
desse verão. A própria luz

não ajudava: não era barco
de manhã nem brisa ao fim da tarde.
Talvez o anjo do poema

pudesse em seu lugar subir aos ramos
e cantar. Mas os anjos
são tão distraídos! Deles não há

nada a esperar, a não ser fogo
de palha. Talvez nem seja um tordo.
O seu canto, só vibração do ar.

Eugénio de Andrade


No entardecer dos dias de Verão, às vezes,
Ainda que não haja brisa nenhuma, parece
Que passa, um momento, uma leve brisa
Mas as árvores permanecem imóveis
Em todas as folhas das suas folhas
E os nossos sentidos tiveram uma ilusão,
Tiveram a ilusão do que lhes agradaria...
Ah, os sentidos, os doentes que vêem e ouvem!
Fôssemos nós como devíamos ser
E não haveria em nós necessidade de ilusão
Bastar-nos-ia sentir com clareza e vida
E nem repararmos para que há sentidos ...
Fernando Pessoa
A professora bibliotecária
Emília Oliveira

Imagens in http://www.dieselbookstore.com/su-blackwells-sculptures-old-books
http://mylamultimidia.wordpress.com/tag/leitura/
http://web.educom.pt/pr1305/outono1_01.jpg