«O cidadão europeu, de que tanto se fala, não existe. A soberania europeia é uma ficção. A democracia nas instituições europeias é um artifício sem consequência.» (1)
Faltam vinte dias para as eleições europeias. Muitos milhões dos seus cidadãos faltarão a este compromisso. Como explicar esta ausência?
A verdade é que a Europa, é hoje, pouco significativa para o Europeu. Se em Portugal o voto de cada um, pouco pode fazer pelo governo do País, pois os programas não são propostas a cumprir, nem contratos eleitorais de representação de um Poder, então na Europa, todos sabem que a fonte que o legitima mora em outras instâncias. São as chancelarias dos países mais importantes, com tudo o que isso significa.
Nascida dos escombros da 2ª Guerra Mundial, a União Europeia, evolução da ideia de Comunidade Económica Europeia nasceu essencialmente como um projecto económico, um vasto mercado de trocas comerciais e de liberdade de circulação. Nesse aspecto foi um sucesso. Mas a Europa tem conseguido ser mais do que um imenso supermercado? Existe uma dimensão social e política na União Europeia, no sentido da representação dada pelos cidadãos?
Como projecto político a União Europeia tem afastado os cidadãos. A União Europeia não é um exemplo de participação democrática das instituições, pois é governada por uma elite, com uma débil representação nacional dos seus cidadãos e dominada por um federalismo apressado acima da História e das Nações. O sucessivo adiamento na votação de tratados, a falta de ideias para as dificuldades nacionais, a manutenção de uma pax económica insensível às dificuldades e conjunturas nacionais e regionais reveladas na presente crise revela-nos como está distante da Europa dos cidadãos.
Para melhor se compreender o que a Europa pode ser é necessário fazer o que os muitos dirigentes europeus se recusam a fazer, conhecer a sua História, saber o que ela foi no passado. É essencial conhecer a sua geografia, os seus limites e perceber que a Europa nasceu longe de si própria, no Mediterrâneo. Entre o sal e o azeite, entre a Lei romana e a explosão do saber grego, entre as rotas árabes e as cidades italianas, num mundo de aromas e de sentidos.
Para os que tiverem curiosidade de saber mais sobre o que significa hoje ser europeu, e que limites culturais tem a Europa, uma sugestão de leitura. Foi e é um dos mestres da Historiografia medieval, Jacques Le Goff, num livro acessível e informativo sobre este continente onde a História fez viver tantas ideias, tantos sonhos de novos mundos de saber e onde também tantos fundamentalismos se concretizaram.
As propostas quando as ouvimos poderão ser melhor discutidas se conhecermos o que foi a História da Europa.
Faltam vinte dias para as eleições europeias. Muitos milhões dos seus cidadãos faltarão a este compromisso. Como explicar esta ausência?
A verdade é que a Europa, é hoje, pouco significativa para o Europeu. Se em Portugal o voto de cada um, pouco pode fazer pelo governo do País, pois os programas não são propostas a cumprir, nem contratos eleitorais de representação de um Poder, então na Europa, todos sabem que a fonte que o legitima mora em outras instâncias. São as chancelarias dos países mais importantes, com tudo o que isso significa.
Nascida dos escombros da 2ª Guerra Mundial, a União Europeia, evolução da ideia de Comunidade Económica Europeia nasceu essencialmente como um projecto económico, um vasto mercado de trocas comerciais e de liberdade de circulação. Nesse aspecto foi um sucesso. Mas a Europa tem conseguido ser mais do que um imenso supermercado? Existe uma dimensão social e política na União Europeia, no sentido da representação dada pelos cidadãos?
Como projecto político a União Europeia tem afastado os cidadãos. A União Europeia não é um exemplo de participação democrática das instituições, pois é governada por uma elite, com uma débil representação nacional dos seus cidadãos e dominada por um federalismo apressado acima da História e das Nações. O sucessivo adiamento na votação de tratados, a falta de ideias para as dificuldades nacionais, a manutenção de uma pax económica insensível às dificuldades e conjunturas nacionais e regionais reveladas na presente crise revela-nos como está distante da Europa dos cidadãos.
Para melhor se compreender o que a Europa pode ser é necessário fazer o que os muitos dirigentes europeus se recusam a fazer, conhecer a sua História, saber o que ela foi no passado. É essencial conhecer a sua geografia, os seus limites e perceber que a Europa nasceu longe de si própria, no Mediterrâneo. Entre o sal e o azeite, entre a Lei romana e a explosão do saber grego, entre as rotas árabes e as cidades italianas, num mundo de aromas e de sentidos.
Para os que tiverem curiosidade de saber mais sobre o que significa hoje ser europeu, e que limites culturais tem a Europa, uma sugestão de leitura. Foi e é um dos mestres da Historiografia medieval, Jacques Le Goff, num livro acessível e informativo sobre este continente onde a História fez viver tantas ideias, tantos sonhos de novos mundos de saber e onde também tantos fundamentalismos se concretizaram.
As propostas quando as ouvimos poderão ser melhor discutidas se conhecermos o que foi a História da Europa.
(1) Álvaro Barreto, in Jornal Público, 10 de Mio de 2009)
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