Em 1983 o presidente dos Estados Unidos da América, Ronald Reagen propôs um Dia em que se chamaria a atenção de todos para o drama das crianças desaparecidas. A Ideia foi sugerida pelo caso Etan Patz.
Um caso idêntico a tantos outros. Uma criança de seis anos sai de casa para uma curta caminhada até à paragem do autocarro escolar. Nunca mais foi visto ou encontrado. O caso assumiu uma dimensão internacional. É o primeiro caso em que foram usados todos os meios possíveis para difundir a mensagem «O que fizeste ao meu rapazinho?». Pergunta pungente a uma das pistas do caso, José Ramos, preso numa penitenciária da Pensilvânia.
Todos os anos, nesta data o pai da criança escreve a mesma pergunta e obtém a mesma desoladora resposta, «não sei». Resposta difícil, infinitamente pavorosa. Volta a escrever na data de nascimento de Etan, mas ninguém se comove. Mas o pai insiste.
Vive na mesma casa, usa o mesmo número de telefone, na esperança de que o seu rapazinho se lembre. Passaram trinta anos e eles ainda acreditam. Não lhes resta outra esperança. De que o seu desaparecimento foi só isso e que ele ainda estará presente nas suas vidas.
A América descobriu na década de setenta que em Nova Iorque, num bairro onde uma criança todos os dias apanhava o autocarro escolar podia desaparecer num instante em que apenas virava à esquina da sua casa. Foi o primeiro caso de tantos que se seguiriam. Este acontecimento está retratado no livro After Etan, The Missing Child Case That Held America Captive.
O mundo compreendeu que as crianças, também elas estavam à mercê da violência, impedidas de serem muitas vezes elas próprias. É de facto um estranho mundo. Um mundo onde as respostas e as soluções que pareciam seguras num outro tempo estão hoje gastas.
Um dia para pensar e relembrar todos os que também em Portugal têm desaparecido, em misteriosos caminhos, tantas vezes sem regresso. E pensar também nos pais destas crianças, naufragadas entre um cansaço insuportável de um sorriso apagado e um futuro que parece já não mais existir.
Todos os anos, nesta data o pai da criança escreve a mesma pergunta e obtém a mesma desoladora resposta, «não sei». Resposta difícil, infinitamente pavorosa. Volta a escrever na data de nascimento de Etan, mas ninguém se comove. Mas o pai insiste.
Vive na mesma casa, usa o mesmo número de telefone, na esperança de que o seu rapazinho se lembre. Passaram trinta anos e eles ainda acreditam. Não lhes resta outra esperança. De que o seu desaparecimento foi só isso e que ele ainda estará presente nas suas vidas.
A América descobriu na década de setenta que em Nova Iorque, num bairro onde uma criança todos os dias apanhava o autocarro escolar podia desaparecer num instante em que apenas virava à esquina da sua casa. Foi o primeiro caso de tantos que se seguiriam. Este acontecimento está retratado no livro After Etan, The Missing Child Case That Held America Captive.
O mundo compreendeu que as crianças, também elas estavam à mercê da violência, impedidas de serem muitas vezes elas próprias. É de facto um estranho mundo. Um mundo onde as respostas e as soluções que pareciam seguras num outro tempo estão hoje gastas.
Um dia para pensar e relembrar todos os que também em Portugal têm desaparecido, em misteriosos caminhos, tantas vezes sem regresso. E pensar também nos pais destas crianças, naufragadas entre um cansaço insuportável de um sorriso apagado e um futuro que parece já não mais existir.
(1) Parte do poema dos Soul Ayslum, Runaway Train
[o cansaço e o desencanto])
[o cansaço e o desencanto])
(Imagem, in parentdish.com)
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