António Joaquim Rodrigues Ribeiro, nasceu a três de Dezembro de 1944 e partiu, faz hoje exactamente vinte e cinco anos, a treze de Junho de 1984. Portador de uma vontade interior que o faria viver para Lisboa, onde desenhou, ele próprio o seu espectáculo, suportado pela liberdade e pelo mistério.
O Portugal do início dos anos oitenta era do ponto de vista cultural uma paisagem medíocre e António, para o futuro, António Variações pretendeu fazer esse esforço de tentar criar qualquer coisa onde nada parecia acontecer. À semelhança da sua geração tentou dar a sua voz a um tempo que parecia esquecido dos mais jovens. Numa sociedade que garantia ao valores estrangeiros a categoria de vanguarda e aos nacionais o peso exclusivo da tradição, António representou a síntese entre os dois, com olhos para o futuro.
Muita da nova música portuguesa dos anos recentes é-lhe devedor do espírito que soube criar. Manter as raízes e abrir o olhar ao que vem de fora. É esse o sentido da sua música. Soube combinar a alma portuguesa, na sua tradição com a universalidade dos seus poetas, como o fez com Amália e Pessoa, dando ritmos novos, com contrastres, mas sempre com os valores máximos da inquietação e do respeito pelos outros.
Deixamos abaixo uma das suas últimas escritas, interpretada pelos Humanos, quando já se perguntava, por que temos de desconstruir um dia, tudo o que sonhámos e construímos.
(Imagem, in largodamemoria.blogspot.com)
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