sábado, 13 de junho de 2009

Qualquer Coisa entre Nova Iorque e a Sé de Braga

 
  António Joaquim Rodrigues Ribeiro, nasceu a três de Dezembro de 1944 e partiu, faz hoje exactamente vinte e cinco anos, a treze de Junho de 1984. Portador de uma vontade interior que o faria viver para Lisboa, onde desenhou, ele próprio o seu espectáculo, suportado pela liberdade e pelo mistério.

   O Portugal do início dos anos oitenta era do ponto de vista cultural uma paisagem medíocre e António, para o futuro, António Variações pretendeu fazer esse esforço de tentar criar qualquer coisa onde nada parecia acontecer. À semelhança da sua geração tentou dar a sua voz a um tempo que parecia esquecido dos mais jovens. Numa sociedade que garantia ao valores estrangeiros a categoria de vanguarda e aos nacionais o peso exclusivo da tradição, António representou a síntese entre os dois, com olhos para o futuro.

   Muita da nova música portuguesa dos anos recentes é-lhe devedor do espírito que soube criar. Manter as raízes e abrir o olhar ao que vem de fora. É esse o sentido da sua música. Soube combinar a alma portuguesa, na sua tradição com a universalidade dos seus poetas, como o fez com Amália e Pessoa, dando ritmos novos, com contrastres, mas sempre  com os valores máximos da inquietação  e do respeito pelos outros.

   Deixamos abaixo uma das suas últimas escritas, interpretada pelos Humanos, quando já se perguntava, por que temos de desconstruir um dia, tudo o que sonhámos e construímos.




(Imagem, in largodamemoria.blogspot.com)

Sem comentários: