sábado, 20 de junho de 2009

Em Teerão...


«O que podia ter sido é uma abstracção
permanecendo uma possibilidade pepétua
apenas num mundo de especulação.
O que pode ter sido e o que foi
apontam para um fim único, que é sempre presente.

O som de passos ecoa-me na memória
ao longo da passagem que não escolhemos,
em direcção à porta que nunca abrimos
para o jardim das rosas.

As minhas palavras ecoam
assim na tua memória.
mas com que objectivo
levantando a poeira numa taça de rosa,
isso eu não sei». (1)






Existem sociedades que nos parecem cristalizadas num tempo específico, onde se nos afiguram fora de qualquer tranformação da realidade social e cultural. A teocracia iraniana tem nestes dias tumultos importantes. O poder dos ayotollas pode permanecer no futuro, como a única legitimação da vida de milhões de iranianos.

Uma coisa, todavia é já certa. Milhares de pessoas aspiram a jardins novos, onde se luta pela imaginação já não presa em palácios seguros de palavras prisioneiras, mas a que permite contactar com o mundo. Aquele onde as transformações são realizadas e não ditadas por minorias. Aguardemos.

(1) T. S. Elliot, citado de Azar Nafisi, Ler Lolita em Teerão
(Imagens, in http://www. sol.pt)

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