Percorrendo a blogosfera encontrámos estas imagens que nos dizem muito deste não sentido da História e assim do presente, feito futuro que é a dimensão cultural da nossa vida social. Já aqui escrevemos sobre ele, pois é um orgulho ele ter sido o herói de Bordéus, sabendo que em determinadas horas, apenas a conciência nos serve de utensílio.
Aos poucos, demasiado lentamente o seu nome vai surgindo dando-nos lições de honradez e humildade. Um homem que compreendeu que é o valor espiritual universal à Humanidade que nos tem de guiar. Não os princípios da retórica, sejam eles apoiados em visões de um mundo religioso ou político. A Consciência da Humanidade. Quantos o tiveram? Poucos. Muito poucos. E quantos tiveram esta nacionalidade? Ainda menos.
António Barreto falava no Dia de Portugal, da necessidade de observar os exemplos, os exemplos, dos melhores e dos maiores. Dos mais sábios e corajosos, dos mais empenhados e criativos. Os que souberam dar a esta nacionalidade uma cor de coragem, quando isso representava perder a própria vida. E isto tudo, num só homem, com uma família grande, arriscando a sua própria sobrevivência. Continuando sempre, numa perseguição pelo sonho maior de salvar vidas, acima de qualquer decreto, de qualquer visão totalitária do ser humano. É de facto um exemplo maior.
Todavia, acima de discursos de circunstância, onde tantos passeiam a sua ignorância, o real parece esquecido perante o chico-espertismo. O património e a esperança dos que souberam caminhar com graça e sabedoria deveria inspirar a sociedade e o próprio estado a dar o ausente exemplo. Tantos gastos desnecesários, atitudes culturais de duvidosos critérios e aqui temos um Homem cuja memória se degrada, ele que nos deu tanto.
Um Homem que na solidariedade, na amizade aos mais pobres, aos que nada tinham, soube mostrar como Salazar era uma figura de um quadro a preto e branco, sem grandeza pela terra que pisava.
E hoje, enquanto uns se dedicam, numa atitude legítima, de na terra do sábio professor de finanças, criar um museu, temos a casa de Aristides de Sousa Mendes em ruínas. Triste é pouco por esta falta de carácter de uma sociedade. Teríamos melhor exemplo para na comunidade que somos reforçar os princípios de uma identidade por este território? As escolhas dizem muito daquilo que cada um é capaz de ser em cada um dos seus dias.
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