Não é para nós o artista que nos deixe pelas suas criações em estado de profunda graça ou encantamento. Mas era e ainda o é o Rei da Música Pop. Pela dimensão que obteve merece umas palavras. Essencialmente para compreender não só o fenómeno, mas também este exemplo moderno de como uma sociedade clama por dinheiro e fama, esquecendo o elevado preço a pagar.
Michael Jackson, nasceu em 1958 no Indiana, Estados Unidos da América e foi um de vários irmãos. Com uma voz de anjo e um dom para a música, foi objecto do aproveitamento que o seu pai pretendeu dar à sua imagem. O exagero cometido desde muito jovem nas horas que tinha de ensaiar iriam comprometer para sempre a saúde da futura estrela.
Figura mundial idolatrado por milhões de jovens, levou uma vida de imensa controversa, desde a sua juventude que parece não ter vivido, aos problemas com a justiça, as dívidas, as declarações, as opções com a imagem e a procura de uma eternidade sempre jovem.
Michael Jackson encarnou o mito do Peter Pan, que como sabemos é o arquétipo dos rapazes que nunca crescem. A sua música, à semelhança da história escrita por J.M. Barrie pretende destruir regras, sempre com o encanto de uma criança e com o seu mundo de fantasia. Michael Jackson foi nesse sentido uma criança que nas suas habitações imaginava estar numa Terra sem Memória onde só a imaginação conta.
É um exemplo de como a sociedade contemporânea na orgia pelo dinheiro e pelo sucesso pode criar profundas mágoas e destruir um crescimento saudável. Michael Jackson é um exemplo de como a mais profunda solidão pode matar o ser humano. Afinal acima das músicas, o que sentia este «homem», o que pensava, o que sonhava, o que o incomodava?
Acima da torre de cristal onde não existe realidade a criança vivia em profunda tristeza. O preço da fama e do sucesso nem sempre é muito recomendável. Na sua despedida deste mundo, paz à sua alma.
(Imagem, infografia, in Jornal Sol, 26/06/09)
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