quarta-feira, 1 de abril de 2009

Mário Viegas - Treze Anos Depois


«A minha vida é o Teatro e o Teatro é a minha vida.» (1)

Dia 1 de Abril, dia estranho, designado Dia das Mentiras, aquele em que o maior actor da sua geração decidiu partir, certamente para no céu encantar com a sua voz os angustiados anjos e com eles sorrir para o infinito com o seu irrequieto olhar. José Saramago disse dele que era uma pessoa com uma existência de sentido dramático, onde colocou na vida um questionamento apenas admirado pelos , como ele quiseram enriquecer a existência.

Mário Viegas ensinou-nos que na festa da vida, é necessário estar preparado para diversos actos, na busca de uma serenidade que nos redima da solidão, do medo, que nos faça saber utilizar a palavra como expressão de uma beleza sempre por conquistar.

Mário Viegas foi um poeta da palavra, declamou milhares de poemas e deu voz a tantos sonhos escondidos nas rimas imperfeitas dos poetas. Gravou diversos discos onde declamou alguns dos maiores poetas de língua portuguesa: Fernando Pessoa, Cesário verde, Ruy Belo, Almada Negreiros, Jorge de Sena, entre tantos. Fundou três companhias de Teatro, participou em diversos filmes, onde a ambição, a ingenuidade e a doçura foram sentimentos seus nas personagens a que deu voz. Recebeu alguns prémios pela sua actividade no Teatro.

Quem o conheceu não esquece a sua figura irrequieta, a sua voz doce e atenta. Todo o seu corpo se transformava em palco onde nos deu a fantasia e a imaginação da vida. Mário Viegas foi num tempo em que a cultura foi sempre marginal ao País, um Homem grande e bom. Deixamos aqui a nossa reverência a um ser superior que quis fazer pensar e interrogar os portugueses, numa atitude em que ainda hoje não passamos de débeis aprendizes.

Para ouvir o Mário, numa das suas muitas declamações de Fernando Pessoa, clica aqui:

Sem comentários: