segunda-feira, 6 de abril de 2009

Aristides de Sousa Mendes


Com o atraso de três dias deixamos aqui o reconhecimento a um Homem muito especial de uma têmpera raríssima.

Um homem que ensinou a este País como a nossa única obrigação é com a nossa consciência. Ignorado nos livros de História durante décadas deu-nos a honra de vincular este País a um verdadeiro heroísmo, o de contribuir para a civilização contemporânea de um modo construtivo, mas acima de tudo empenhado com a sua tradição humanista.

Um homem que provou na sua vida o que é a bondade, o que é estar preocupado com os outros, com o seu futuro, com o modo como vivem. Um homem que se preocupou com a vida dos outros e que fez por essa defesa mais do que um País inteiro, num tempo difícil. Quando se recomendava a cautela ele ousou contra os maiores perigos, desafiando os que proibiam, perseguiam e calavam os que queriam ter a possibilidade de dizer uma palavra, a da sua dignidade.

Um homem generoso, cristão de formação, diplomata de profissão salvou milhares de vidas, arriscou na sua consciência a sua própria família ensinando-nos o valor da partilha e da luta por uma convicção. A de se ser honesto, respeitável e sempre com a maior simpatia.


Um homem que revelou nas dificuldades que sofreu, nas humilhações recebidas, mas essencialmente na luta abnegada pelo amor à vida a imensa, a infinita mediocridade de um ser cinzento, Salazar, num Portugal pobre, triste e sem qualquer alma de grandeza.

Chamou-se Aristides de Sousa Mendes. No passado dia três passaram quarenta e cinco anos sobre a sua morte. Aqui fica um livro que relança o seu exemplo num País em que carecem figuras e instituições capazes de honrar a memória do País. Poucas figuras terão sido tão notáveis. São elas que ainda nos dão a grandeza de uma construção histórica que no presente se apresenta tão pobre.

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