Nas proximidades do vinte e cinco de Abril, um marco de esperança e de desilusão para o Portugal de 2009, ainda pensando no Dia Mundial do Livro, um poema de um dos poetas deste mês de charme, Manuel Alegre.
Letra para um Hino
«Porque mudando-se a vida
se mudam os gostos dela»
Camões, Babel e Sião
se mudam os gostos dela»
Camões, Babel e Sião
É possível falar sem um nó na garganta
É possível amar sem que me venham proibir
É possível correr sem que seja a fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta
É possível andar sem olhar para o chão
É possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
Se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo.
É possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre.
É possível amar sem que me venham proibir
É possível correr sem que seja a fugir.
Se tens vontade de cantar não tenhas medo: canta
É possível andar sem olhar para o chão
É possível viver sem que seja de rastos.
Os teus olhos nasceram para olhar os astros
Se te apetece dizer não grita comigo: não.
É possível viver de outro modo.
É possível transformares em arma a tua mão.
É possível o amor. É possível o pão.
É possível viver de pé.
Não te deixes murchar. Não deixes que te domem.
É possível viver sem fingir que se vive.
É possível ser homem.
É possível ser livre.
Não estando a vida nos livros, ela tem outra dimensão é por eles que podemos com a utilização da palavra escrita aprender a escutar a voz humana, nas palavras de Adriano. É uma experiência para uma viagem maior e mais difícil, mas também mais ousada, a da aventura humana.
(Imagem, Rembrandt, A Profetisa Ana, Rijksmuseum (Amesterdão), in
Stefan Bollmann, Mulheres que Lêem são Perigosas)
Stefan Bollmann, Mulheres que Lêem são Perigosas)
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