A vinte e sete de Março comemora-se o Dia Mundial do Teatro. Poderíamos aqui falar do seu nascimento na civilização grega e como era mais uma das formas para alcançar o equilíbrio físico espiritual tão caro à civilização de Péricles ou de Heródoto. Seria possível aqui destacar o teatro grego e a sua preocupação de compreender racionalmente todo o mundo, o interior e o exterior. Ou ainda sugerir que arte teatral é sempre muito importante, na senda das preocupações culturais com que no nosso País a cultura é oferecida aos cidadãos em jantares de ocasião. Não. Preferimos neste dia deixar isso e falar do essencial, a palavra e o actor.
Neste dia lembrar alguém de uma raça superior, do homem que vestiu mil personagens de carne e osso, que divulgou poetas e sonhos, que se queimou com as suas palavras e nos deixou um rasto de inconformismo e loucura, sempre na possibilidade de tudo questionar, de tudo repensar.
Mário Viegas foi esse homem inigualável. Nasceu para um palco, onde viveu uma infinidade de emoções, onde com dimensão humana revelou o seu comprometimento com a humanidade. Vê-lo foi uma experiência grandiosa. A sua lembrança permanecerá como uma voz do futuro. Como alguém disse ele era o Teatro.
Este foi a sua vida, a sua emoção e a sua inspiração. Aqui deixamos um poema de Ruy Belo, um dos muitos que declamou e que melhor nos dão esse amor do actor, entre o entusiasmo, a paixão e a beleza (E Tudo era Possível):
Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
Chegava o mês de Maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder de uma criança
entre as coisas e mim havia uma vizinhança
e tudo era possível era só querer
citado in, Mário Viegas, Discografia Completa, Jornal Público
Imagem (in oceanodenuvens)
Neste dia lembrar alguém de uma raça superior, do homem que vestiu mil personagens de carne e osso, que divulgou poetas e sonhos, que se queimou com as suas palavras e nos deixou um rasto de inconformismo e loucura, sempre na possibilidade de tudo questionar, de tudo repensar.
Mário Viegas foi esse homem inigualável. Nasceu para um palco, onde viveu uma infinidade de emoções, onde com dimensão humana revelou o seu comprometimento com a humanidade. Vê-lo foi uma experiência grandiosa. A sua lembrança permanecerá como uma voz do futuro. Como alguém disse ele era o Teatro.
Este foi a sua vida, a sua emoção e a sua inspiração. Aqui deixamos um poema de Ruy Belo, um dos muitos que declamou e que melhor nos dão esse amor do actor, entre o entusiasmo, a paixão e a beleza (E Tudo era Possível):
Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
Chegava o mês de Maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder de uma criança
entre as coisas e mim havia uma vizinhança
e tudo era possível era só querer
citado in, Mário Viegas, Discografia Completa, Jornal Público
Imagem (in oceanodenuvens)
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