«Quando escurece podem ver-se as estrelas» (1)
Descíamos os Aliados, na cidade do Porto. Uma senhora ainda jovem, magra, de cores escuras, com a solidão nos olhos, o rosto anguloso, veio ao nosso encontro. Adivinhavam-se os dias de provação no rosto cansado.
- Pode dispensar-me um pouco do seu tempo? - perguntou com uma voz calma. - Não como nada há dois dias - acrescentou, num tom de voz ao mesmo tempo desolado e reconhecedor das suas dificuldades. - Peço desculpa pelo incómodo, quase a significar a desculpa pela própria existência. Tinha uma imensa dignidade e foi de uma profunda educação a revelar o seu desespero.
- Obrigado pelo seu sorriso, acrescentou, - sabe, geralmente as pessoas fogem de mim. - Se me poder ajudar de alguma forma. Aqueles cêntimos conquistaram-lhe um pálido sorriso. Agradeceu e desejou felicidades. Observei-a na sua caminhada pela avenida onde se perderia em mais noites de desencontro.
- Pode dispensar-me um pouco do seu tempo? - perguntou com uma voz calma. - Não como nada há dois dias - acrescentou, num tom de voz ao mesmo tempo desolado e reconhecedor das suas dificuldades. - Peço desculpa pelo incómodo, quase a significar a desculpa pela própria existência. Tinha uma imensa dignidade e foi de uma profunda educação a revelar o seu desespero.
- Obrigado pelo seu sorriso, acrescentou, - sabe, geralmente as pessoas fogem de mim. - Se me poder ajudar de alguma forma. Aqueles cêntimos conquistaram-lhe um pálido sorriso. Agradeceu e desejou felicidades. Observei-a na sua caminhada pela avenida onde se perderia em mais noites de desencontro.
No nascimento de dois mil e nove, uma mensagem de Ano Novo, talvez triste, mas reveladora do mundo profundamente injusto onde vivemos. Existem em Portugal, aproximadamente, nove mil pessoas nas ruas de cidades desoladas.
Num Blogue de Livros, as emoções de pessoas, o seu clamor, dos que se foram perdendo na vida, também devem caber aqui. Especialmente num momento em que os valores parecem ter sido arrumados num qualquer museu do passado.
O Filme abaixo, com a música de Pedro Abrunhosa, exprime bem melhor que estas palavras, o drama de pessoas vivas, de uma humanidade confrontada com o seu próprio esquecimento.
O Filme abaixo, com a música de Pedro Abrunhosa, exprime bem melhor que estas palavras, o drama de pessoas vivas, de uma humanidade confrontada com o seu próprio esquecimento.
Há sempre forma de ajudar, de estar atento, nomeadamente através das ONG'S que se dedicam à nobre tarefa de ressuscitar a dignidade perdida dos sem abrigo. Em Portugal os CTT estão a desenvolver uma campanha de angariação de bens essenciais de primeira necessidade, que depois serão canalizados para ONG'S como a LNFC (Liga Nacional contra a Fome), a Comunidade Vida e Paz ou a AMI (Assitência Médica Internacional) entre muitas outras.
Se achares importante participar, ou se o tema te interessa consulta os sítios dessas ONG'S ou o Projecto da Luta Contra a Pobreza e a Exclusão Social na página online dos CTT.
(1) Greg Mortenson / David Relin, Três Chávenas de Chá
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