quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O Comboio Amarelo (Texto Colectivo - 6ºB)


Certo dia, percebi que o pânico era um comboio amarelo… E, por azar, eu estava dentro dele, sem saída e tinha de ser forte para enfrentar o pânico.
E se eu me apresentasse… Sou um jovem da Transilvânia, tenho treze anos e chamo-me Edmundo. Sou alto e dizem que sou muito teimoso (o que não concordo); sou e gosto de ser muito aventureiro e, foi por isso que me vi naquela situação…
Tudo aconteceu quando fui para o 2º ciclo e vi uma certa rapariga, a mais gira da escola. Ela ia a caminho de casa e eu peguei nos meus patins para a seguir e impressionar. Foi aí que percebeu que a seguia e parou. Quando o fez, apareceu repentinamente uma pessoa de bicicleta, ela conseguiu desviar-se e caiu. Era o momento de eu ser herói! Fui de imediato acudi-la. Levei-a para o passeio, verificando se ela estava bem, e ela, curiosa, perguntou:
- Por que fizeste isto? Por que me seguiste?
Envergonhado, fugi rapidamente, porque não sabia o que lhe dizer. Apressei-me a apanhar o comboio (o que fazia sempre), mas de súbito apercebi-me que com a pressa entrara no comboio errado e não sabia onde este me ia levar. Senti-me um autêntico idiota. Tentei que parassem o comboio, mas não foi possível, tentei abrir a porta à força, mas não consegui. Naquele momento, tudo me pareceu perdido e entrei em pânico. E agora já sabem o porquê do comboio amarelo, é que essa era a sua cor e senti o medo tão rapidamente, quão rápido me senti perdido e quão rápido se movimenta nos carris.
Foi, então, que encontrei um adulto que me disse qual era o destino do comboio e o que ouvi deixou-me curioso e apavorado. Quando olhei para o maquinista reparei que se parecia com um daqueles vampiros das lendas que o meu avô contava. Afinal, estamos na antiga Transilvânia... Uma voz de fundo indicava que a próxima paragem era o Castelo do Conde Drácula, donde só os mais corajosos conseguiam sair vivos. Conta a lenda que o Conde Drácula escondia uma princesa e temia que a encontrassem. Ao lembrar-me disso, senti novamente vontade de ser herói… Por que não salvar a princesa? Foi, então que decidi sair naquela paragem e entrar no Castelo.
Quando entrei, deparei-me com um corredor enorme, que comecei a percorrer, até que pisei um azulejo que me abriu uma passagem secreta. Caí num alçapão e qual não foi o meu espanto, quando me vi perante a rapariga que tinha ajudado na rua e que me tinha transportado para aquele castelo. Seria ela a princesa? Sem hesitar procurei salvá-la daquele lugar assustador, mas apareceu um obstáculo: o próprio Conde Drácula. Tive que relembrar as histórias do meu avô e pensar no que poderia fazer… Lembrei-me que os vampiros tinham medo da luz solar, mas naquele castelo não havia um único vestígio de tal. Foi aí que ao ver um pedaço de madeira partida, me lembrei das estacas no coração e percebi que com aquilo poderia matar o Conde Drácula.
Enchi-me de coragem e ataquei-o… Um ruído estranho começou a invadir os meus ouvidos… Que seria? Mais uma arma? É claro que não… Apenas estava na hora de acordar e o meu despertador não se calava… Afinal, tudo não tinha passado de um sonho, ou pesadelo, mas o pânico, para mim, continuará sempre a ser um comboio amarelo.
(Imagem, in bilhetepostal.blogs.sapo.pt)

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