terça-feira, 18 de maio de 2010

O Dia do Livro...


"Abre-se o livro

em qualquer página

e cabe nele um dia ou um ano,

cabe nele a sabedoria,

o romance e a poesia,

cabe nele o conhecimento

e a luz que vem do pensamento;

cabe nele tudo o que somos,

desde que gostemos de ler,

porque ler é aprender,

sendo também liberdade e prazer;

cabe nele o mundo inteiro,

escrito em computador

ou com a tinta de um tinteiro,

e de tudo isso falará neste dia

o leitor verdadeiro,

que do livro, por ser livre,

será sempre amigo e companheiro."



José Jorge Letria,

O livro dos dias
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segunda-feira, 17 de maio de 2010

FILIPE LA FÉRIA: 65 ANOS DE VIDA, 47 DE TEATRO


Há sessenta e cinco anos, a 17 de Maio de 1945, nascia uma criança que ficaria, para todo o sempre, ligada à história do teatro português: Filipe La Féria.

Este Senhor das Artes, que em 1963 iniciou a sua actividade teatral como actor, no Teatro Nacional, integrou o elenco de diversas companhias de teatro. O curso de encenação que efectuou em Londres, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, viria a dar enormes frutos.

Foi director, durante 16 anos, do Teatro da Casa da Comédia onde produziu, encenou, desenhou cenários e figurinos das seguintes peças, entre outras:

“Faz tudo, faz tudo, faz tudo!” de Pavel Keoty (com tradução sua)
“A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini” de René Kalisky (com tradução sua)
“A Marquesa de Sade”, de Yoko Michima (com tradução sua)
“Electra ou a queda das Máscaras” de Marguerite Yourcenar (com tradução sua)
“Ubu Rei” de Alfred Jerry (com tradução sua)“Savanah Bay” de Marguerite Yourcenar
“Eva Péron” a partir de Copi
“A Bela Portuguesa “ de Agustina Bessa Luís
“ Noites de Anto” de Mário Cláudio
“A Ilha do Oriente” de Mário Cláudio

Em 1990 escreveu, produziu e encenou “What happened to Madalena Iglésias“ e aceitou o convite como autor, encenador e cenógrafo de “Passa por mim no Rossio”, no Teatro Nacional D. Maria II (1991), encenando posteriormente, no mesmo Teatro, “As Fúrias”, de Agustina Bessa-Luís.

Dirigiu, em Bruxelas, o espectáculo inaugural da Europália (1991), e em Sevilha, o Dia de Portugal na Expo Sevilha ’92.

Reconstruiu o Teatro Politeama (1992) onde viria a produzir e encenar:
“Maldita Cocaína” da sua autoria
“Jasmim ou o Sonho do Cinema” da sua autoria
“Godspel” de John-Michael Tebelak
“Amália” da sua autoria (desenho de cenários e figurinos) considerado o melhor espectáculo do ano.2000
“Maria Callas – Master Class” de Terence McNally (com tradução sua)
“Rosa Tatuada” de Tenesse Williams (com tradução sua)
“A Casa do Lago” de Ernest Thompson
“A Minha Tia e Eu” de Morris Panich (com tradução sua)
“Rainha do Ferro-Velho” de Garçon Kanin
“A Menina do Mar” de Sophia de Mello Breyner Andressen.
“Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll
“A Canção de Lisboa”, baseado no célebre clássico do cinema português de Cotinelli Telmo.
“My Fair Lady” de Alan Jay Lemer e Frederick Loewe (com tradução sua) espectáculo galardoado com o Globo de Ouro para Melhor Espectáculo do Ano e Prémio de tradução
“Música no Coração” de Howard Lindsay e Russel Crouse (com tradução e adaptação sua) Globo de Ouro para o melhor espectáculo do ano 2006
“O Principezinho” de Saint Exupery (tradução e adaptação sua)
“Jesus Cristo Superstar” de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice (com tradução sua)
“West Side Story” guião de Arthur Laurents (com tradução sua)
A partir de Junho de 2007 passou a dirigir a programação do Teatro Rivoli, no Porto, produzindo e encenando “Jesus Cristo Superstar”,
“Música no Coração” e, ainda, “Um Violino no Telhado”.
Para a Televisão produziu, encenou e adaptou, entre outros:
“A Importância de se chamar Ernesto” de Óscar Wilde (com tradução sua)
“Não se paga, não se paga” de Dário Fo (com tradução sua)
“Paris Hotel” de Georg Feydou (com tradução sua)
“Espelho de duas Faces” de Arthur Miller (com tradução sua)
“Grande Noite” da sua autoria
“Cabaret” da sua autoria
“Todos ao Palco” da sua autoria
“Saudades do Futuro” da sua autoria
“Comédias de Ouro” da sua autoria
Gala “Campo Pequeno de Novo em Grande”, num espectáculo da sua autoria, emitido em directo pela RTP1 para celebrar a re - inauguração da Praça de Touros do Campo Pequeno
“Gala das 7 Maravilhas” da sua autoria, para a TVI, com transmissão em directo da Praça do Campo Pequeno, a propósito da cerimónia de eleição das 7 Maravilhas do Mundo a realizar em 2007, em Lisboa.

É autor de todas as canções dos programas de televisão “Grande Noite”, “Cabaret”, “Todos ao Palco”, “O Sonho do Cinema”, incluindo as canções dos musicais “Cabaret”, “Godspel”, “Aplauso”, “Porgy and Bessy”, “Mame”, “Oklahoma”, “Carossel” e as dos mais representativos autores anglo-saxónicos e franceses que fizeram parte dos programas citados.

Na Rádio fez várias traduções para peças e folhetins radiofónicos e foi responsável pelo programa “O Prazer do Teatro” que incluiu várias traduções dos mais conceituados autores da dramaturgia mundial.

Foi premiado várias vezes pela Crítica, Casa da Imprensa, Secretaria de Estado da Cultura e por várias revistas, na qualidade de autor, encenador e cenógrafo.

No décimo aniversário do 25 de Abril, a Associação Portuguesa de Críticos permeou-o como uma das personalidades que mais se destacaram no Teatro.

Foi condecorado Comendador com a Grande Ordem do Infante D. Henrique, por Sua Excelência O Presidente da República, Dr. Mário Soares.

Em 2000 foi premiado como personalidade do ano na área de Teatro, com os Globos de Ouro.

Em 2006 foi condecorado por Sua Excelência O Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, com a Ordem de Grão - Cruz da Ordem do Infante.

Foi condecorado em 2007 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.

Parabéns, Filipe La Féria! Obrigado por continuar a dar vida ao Teatro e voz aos artistas portugueses!

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Jobs and Business

Na aula de Inglês, no âmbito do tema Careers, Jobs and Business, foi perguntado aos alunos se algumas vezes tinham trabalhado nas férias ou em part-time, ou, em caso negativo, se gostariam de o fazer.
De seguida, foi-lhes pedido que redigissem um texto relatando as suas experiências ou, no caso de procurarem um emprego pela primeira vez, que descrevessem o tipo de trabalho que gostariam de fazer.
Os textos que se seguem, elaborados por alunos do 9ºA, resultaram desta actividade.




“I have never had a part-time job. But I would like to have one, because it would make me feel more independent and it would help me grow into a better person.
If I were looking for a part-time job, I would like to work in a music shop, because I love music and it is something that I would never feel sorry about.
If I could not work in a music shop, I would like to work in a tattoo shop. Not drawing in the people’s skins, but cleaning the place and organizing the work tables.
Those are the two jobs that I would like to do.” (Francisco Marques)


I still haven’t had any part-time job, except for working with my parents. Maybe this summer I will try to get a part-time job, because I want to see Motorhead and Deep Purple concerts and I need to have some money.
I would like my first part-time job to be in a place like a CD store, a tattoo/piercing studio, a music shop or something like that. I wouldn’t want to spend my time in a café cleaning tables, I think that’s boring.
Another part-time job that seems interesting is being the postman or the pizza delivery guy, some job like that in which you can drive around on a small motorcycle. But to do that I need to be sixteen and have a motorcycle license. So, forget about those.
A CD store seems like the best place to work in, because I can always put up ads about my band!!! (Gil Bentes)






I have never had either a part-time job or a holiday job. For now, I’m not really looking for one, but in the future I’m sure I will be.
I think that having a part-time job is a really good way for us teenagers to get some extra money and to become more responsible.
I would look for a job in a clothes shop, because I think that kind of place is one where I would like to work. It’s not usual, but I would like to work in a book store, too. I really like to read and working in a book store would be good for me.
These are the places I would like to work in, and my opinion about part-time jobs. (João Desidério)




On my summer holidays I have never had a job in which I received a salary, although I have helped my parents with their tasks.
In my future summer holiday, I want to get a job to earn some money. I would like to have a job so that, later, I could invest in my education, because I want to graduate in medicine and I wouldn’t like to depend on my parents for everything.
If I had a job, I would also gain useful experience for the future.
(João Varelas)







I have had a holiday job, because my mother has got a restaurant. On holidays and at weekends I work in our restaurant.
I like to work, because that way I help my mother and I make money to pay for my things.
I am used to working in the restaurant, because it has been open for eight years. So, it is now easy for me, since I have quite some experience! And that way, I learn to do things for when I am older and I learn how hard it is to make a living.
(Mariana Brito)

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quarta-feira, 28 de abril de 2010

"A voz do coração"


Recentemente requisitei, na biblioteca, o livro “A voz do coração”.
Numa primeira abordagem reparei que a capa era apelativa: as imagens deram-me vontade de o ler. A autora também era conhecida: Rosa Lobato Faria.
Esta obra contém sete contos de Natal; embora tenha gostado de todos foi o último que mais me tocou.
Nesse conto, “As lágrimas de Iraní”, a personagem principal é Iraní, uma menina africana que descendia de uma família de feiticeiros. A garota adorava a vida ao ar livre. Poder correr e saltar pela floresta fazia-a feliz. Mas cedo percebeu que ao correr ficava muito cansada. Contou à avó. Decidiram levá-la ao médico e, num determinado dia, Iraní, acompanhada pelos pais, tios e avó, deslocou-se ao hospital da cidade. A longa viagem fez-se de carroça, pelo caminho a avó ensinou-lhe uma oração.
Os médicos verificaram que a menina tinha um problema de coração e aconselharam a família a levá-la até Lisboa, onde poderia ser operada.
A muitos quilómetros de distância, Rosarinho andava na azáfama de preparação da festa natalícia e, de quando em quando, ia à cozinha para petiscar: um sonho, uma filhós, um pouco de mousse de chocolate, uma rabanada…
Tais misturas acabaram por lhe provocar dores de barriga, mas pelos vistos não seria só disso as fortes dores que sentia e que teimavam em não passar. Queixou-se tanto que foi necessário chamar um médico. Segundo o diagnóstico Rosarinho sofria de apendicite e teria de ser internada.
Ao acordar da operação Rosarinho viu que se encontrava numa sala cheia de meninas que, tal como ela, iriam passar o Natal longe das famílias. A seu lado encontrava-se Iraní que recuperava da delicada cirurgia ao coração. A menina estava triste, pensando na família e nas saudades que sentia de sua casa. Só a muito custo conseguia evitar chorar. Sim, porque a avó tinha-a avisado de que as suas lágrimas se transformavam em diamantes e, se a vissem chorar, os brancos gananciosos iriam provocar-lhe o choro para enriquecerem.
Quisera o destino que Iraní e Rosarinho se conhecessem naquelas circunstâncias. Duas meninas de universos tão diferentes que se viriam a tornar amigas.
No dia de Natal Rosarinho recebeu imensas visitas pois toda a família quisera vê-la. Recebeu, igualmente, imensos presentes. Iraní, pelo contrário, não tinha tido a presença da família, nem presentes. Rosarinho, como forma de animar, resolveu então oferecer-lhe as suas prendas, conservando apenas um livro de histórias para ler enquanto a sua amiga estivesse a dormir. Iraní ficou radiante e abraçou a amiga. Não conseguiu conter duas lágrimas de alegria perante a generosidade da amiga. Estas ao rolarem pela sua face transformaram-se em diamantes. Como forma de gratidão resolveu oferecê-los à Rosarinho; afinal, se não tivesse sido tão carinhosa estes diamantes não teriam existido!
Rosarinho guardou preciosamente a oferta, sem contar a quem quer que fosse o sucedido.
Muitos anos mais tarde, já adulta fez com eles uns brincos, que usou para sempre como recordação da sua amiga Iraní que, entretanto, regressara ao seu país.


Daniela Damião
5º A

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quinta-feira, 15 de abril de 2010

Voz









Amanhã, dia 16 de Abril, comemora-se o Dia Mundial da Voz.


A voz, influenciando decisivamente a forma como comunicamos com os outros e com o mundo, tem um papel importantíssimo nas nossas vidas. Dialogando, sussurrando, gritando, cantando, comunicando, a voz é rainha em todos os instrumentos. Já pensou como seria a sua vida se as suas cordas vocais deixassem de desempenhar o seu papel?


Eis, pois, conselhos que deverá seguir em prol da sua qualidade vocal:
http://www.hsmdiamundialdavoz.com.pt/Dia_Mundial_da_Voz/Voz_e_qualidade_vida.html





sexta-feira, 19 de março de 2010

21 de Março: Dia Mundial da Poesia


No próximo dia 21 comemora-se a Dia Munidal da Poesia. Aqui deixamos, a título de exemplo, algumas sugestões de leitura, porque... ler é viajar!!



Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!


Alexandre O'Neill




Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.
Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:

Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumesE os ângulos agudos.
Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;

Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.
Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.

Lidando sempre! E deve conta à botica!
Mal ganha para sopas...
O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,

Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.
Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais uma redacção, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.


Cesário Verde




quarta-feira, 10 de março de 2010

Havia uma estrela...

Havia um menino chamado Pedro que uma noite, olhando o céu com muita atenção, viu uma estrela e pensou em ir buscá-la. Então, depois dos pais já estarem deitados saltou pela janela do quarto e foi até à igreja.

Agarrou a grossa aldraba da porta do templo e empurrou-a com força. A madeira rangia porque a idade da porta suplicava não se sabe bem o quê?!… O rapaz correu em direcção a uma escada. Subiu até à torre pela escada de ferro. Depois, empoleirou-se no galo dos pontos cardeais e, de braços bem esticados, apanhou uma estrela. Para não a deixar escapar, atou-lhe um cordel e entalou-a nas calças.

Já em casa, esteve algum tempo com a estrela na mão mas como estava cheio de sono colocou-a dentro de uma caixinha, muito bem guardada. Adormeceu.

No dia seguinte, Pedro abriu a sua caixa, cumprimentou a sua amiga estrela e saiu.
Na aldeia toda a gente comentava o desaparecimento de uma estrela. “- Quem teria tido a coragem de desviar uma estrelinha do céu?! - comentava toda a gente.”
Apercebendo-se do burburinho, Pedro regressou a casa e lá permaneceu.

Já a noite ia alta quando a mãe do rapaz, ao passar pelo seu quarto, estranhou ver uma intensa luz a esgueirar-se pelas frestas da porta. Sem fazer barulho, pé ante pé, abriu a porta e…Que luz intensa! Uma estrela dormia ao lado do seu filho.

- O que é isto? – gritou a senhora.
O som da sua aflição ecoou pela casa, acordando o marido.
Era urgente devolver a estrela ao céu. Então, Pedro pegou na sua amiga e dirigiu-se à igreja para que pudesse restabelecer a ordem das coisas. Mas…

Assim que tinha acabado de lançar a estrela, Pedro desequilibrou-se e caiu mortalmente.

Hoje, a estrela continua a brilhar mas com um brilho ainda mais intenso porque... Pedro é a sua grande companhia. Agora, os dois vagueiam pelo céu com luz e sorrisos de nuvem.



Anabela Santos, 7ºB
(texto elaborado no âmbito do estudo do conto A Estrela de Vergílio Ferreira)


Imagem in http://www.dehonbrasil.com/padrealirio/uploaded_images/Estrela_de_Natal_IV%5B1%5D-799015.jpg