sexta-feira, 19 de março de 2010

21 de Março: Dia Mundial da Poesia


No próximo dia 21 comemora-se a Dia Munidal da Poesia. Aqui deixamos, a título de exemplo, algumas sugestões de leitura, porque... ler é viajar!!



Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?)
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!


Alexandre O'Neill




Eu hoje estou cruel, frenético, exigente;
Nem posso tolerar os livros mais bizarros.
Incrível! Já fumei três maços de cigarros
Consecutivamente.
Dói-me a cabeça. Abafo uns desesperos mudos:

Tanta depravação nos usos, nos costumes!
Amo, insensatamente, os ácidos, os gumesE os ângulos agudos.
Sentei-me à secretária. Ali defronte mora
Uma infeliz, sem peito, os dois pulmões doentes;

Sofre de faltas de ar, morreram-lhe os parentes
E engoma para fora.
Pobre esqueleto branco entre as nevadas roupas!
Tão lívida! O doutor deixou-a. Mortifica.

Lidando sempre! E deve conta à botica!
Mal ganha para sopas...
O obstáculo estimula, torna-nos perversos;
Agora sinto-me eu cheio de raivas frias,

Por causa dum jornal me rejeitar, há dias,
Um folhetim de versos.
Que mau humor! Rasguei uma epopeia morta
No fundo da gaveta. O que produz o estudo?
Mais uma redacção, das que elogiam tudo,
Me tem fechado a porta.


Cesário Verde




quarta-feira, 10 de março de 2010

Havia uma estrela...

Havia um menino chamado Pedro que uma noite, olhando o céu com muita atenção, viu uma estrela e pensou em ir buscá-la. Então, depois dos pais já estarem deitados saltou pela janela do quarto e foi até à igreja.

Agarrou a grossa aldraba da porta do templo e empurrou-a com força. A madeira rangia porque a idade da porta suplicava não se sabe bem o quê?!… O rapaz correu em direcção a uma escada. Subiu até à torre pela escada de ferro. Depois, empoleirou-se no galo dos pontos cardeais e, de braços bem esticados, apanhou uma estrela. Para não a deixar escapar, atou-lhe um cordel e entalou-a nas calças.

Já em casa, esteve algum tempo com a estrela na mão mas como estava cheio de sono colocou-a dentro de uma caixinha, muito bem guardada. Adormeceu.

No dia seguinte, Pedro abriu a sua caixa, cumprimentou a sua amiga estrela e saiu.
Na aldeia toda a gente comentava o desaparecimento de uma estrela. “- Quem teria tido a coragem de desviar uma estrelinha do céu?! - comentava toda a gente.”
Apercebendo-se do burburinho, Pedro regressou a casa e lá permaneceu.

Já a noite ia alta quando a mãe do rapaz, ao passar pelo seu quarto, estranhou ver uma intensa luz a esgueirar-se pelas frestas da porta. Sem fazer barulho, pé ante pé, abriu a porta e…Que luz intensa! Uma estrela dormia ao lado do seu filho.

- O que é isto? – gritou a senhora.
O som da sua aflição ecoou pela casa, acordando o marido.
Era urgente devolver a estrela ao céu. Então, Pedro pegou na sua amiga e dirigiu-se à igreja para que pudesse restabelecer a ordem das coisas. Mas…

Assim que tinha acabado de lançar a estrela, Pedro desequilibrou-se e caiu mortalmente.

Hoje, a estrela continua a brilhar mas com um brilho ainda mais intenso porque... Pedro é a sua grande companhia. Agora, os dois vagueiam pelo céu com luz e sorrisos de nuvem.



Anabela Santos, 7ºB
(texto elaborado no âmbito do estudo do conto A Estrela de Vergílio Ferreira)


Imagem in http://www.dehonbrasil.com/padrealirio/uploaded_images/Estrela_de_Natal_IV%5B1%5D-799015.jpg

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dia Nacional da Música Clássica

João Domingos Bomtempo (Lisboa, 28 de Dezembro de 1775 – Lisboa, 18 de Agosto de 1842) foi um pianista clássico, compositor e pedagogo português.

Domingos Bomtempo foi mais uma figura da cultura portuguesa obrigada a procurar, para além das fronteiras pátrias, o reconhecimento do seu valor. Com 25 anos parte para Paris, onde cedo se impõe como virtuoso de piano. Alarga os seus horizontes intelectuais. Convive com o célebre Morgado de Mateus e com o grupo de liberais portugueses, exilados, onde pontificava o poeta Filinto Elisio. Conhece o compositor Clementi, a quem ficará sempre ligado por fortes laços de amizade.

Ainda em Paris, estreia a sua 1ª Sinfonia, muito bem recebida pela crítica de então. A conjuntura dessa época - malogro das forças napoleónicas na Península Ibérica - torna pouco cómoda a situação dos portugueses em França e obriga-o a partir para Londres, onde também obterá grande sucesso como pianista, e mesmo como compositor. Clementi, também ali radicado e dirigindo uma editora musical, publica-lhe as obras, grande parte das quais vieram a lume com títulos ingleses.



segunda-feira, 1 de março de 2010

A República



I
O Centenário da República
Nós vamos festejar
E com o Magalhães a preceito
Nós queremos mostrar
Que somos alunos de Olhalvo
Atentos ao passado.
II
A nossa História queremos conhecer
E homens valentes recordar.
Homens que o mar desbravaram
E a República implantaram.
Nós gente do futuro
A democracia há-de assegurar.
Viva a República
Viva Portugal!


Alunos da Escola
E.B.1 de Olhalvo