Há sessenta e cinco anos, a 17 de Maio de 1945, nascia uma criança que ficaria, para todo o sempre, ligada à história do teatro português: Filipe La Féria.
Este Senhor das Artes, que em 1963 iniciou a sua actividade teatral como actor, no Teatro Nacional, integrou o elenco de diversas companhias de teatro. O curso de encenação que efectuou em Londres, como bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, viria a dar enormes frutos.
Foi director, durante 16 anos, do Teatro da Casa da Comédia onde produziu, encenou, desenhou cenários e figurinos das seguintes peças, entre outras:
“Faz tudo, faz tudo, faz tudo!” de Pavel Keoty (com tradução sua)
“A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini” de René Kalisky (com tradução sua)
“A Marquesa de Sade”, de Yoko Michima (com tradução sua)
“Electra ou a queda das Máscaras” de Marguerite Yourcenar (com tradução sua)
“Ubu Rei” de Alfred Jerry (com tradução sua)“Savanah Bay” de Marguerite Yourcenar
“Eva Péron” a partir de Copi
“A Bela Portuguesa “ de Agustina Bessa Luís
“ Noites de Anto” de Mário Cláudio
“A Ilha do Oriente” de Mário Cláudio
Em 1990 escreveu, produziu e encenou “What happened to Madalena Iglésias“ e aceitou o convite como autor, encenador e cenógrafo de “Passa por mim no Rossio”, no Teatro Nacional D. Maria II (1991), encenando posteriormente, no mesmo Teatro, “As Fúrias”, de Agustina Bessa-Luís.
Dirigiu, em Bruxelas, o espectáculo inaugural da Europália (1991), e em Sevilha, o Dia de Portugal na Expo Sevilha ’92.
Reconstruiu o Teatro Politeama (1992) onde viria a produzir e encenar:
“Maldita Cocaína” da sua autoria
“Jasmim ou o Sonho do Cinema” da sua autoria
“Godspel” de John-Michael Tebelak
“Amália” da sua autoria (desenho de cenários e figurinos) considerado o melhor espectáculo do ano.2000
“Maria Callas – Master Class” de Terence McNally (com tradução sua)
“Rosa Tatuada” de Tenesse Williams (com tradução sua)
“A Casa do Lago” de Ernest Thompson
“A Minha Tia e Eu” de Morris Panich (com tradução sua)
“Rainha do Ferro-Velho” de Garçon Kanin
“A Menina do Mar” de Sophia de Mello Breyner Andressen.
“Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll
“A Canção de Lisboa”, baseado no célebre clássico do cinema português de Cotinelli Telmo.
“My Fair Lady” de Alan Jay Lemer e Frederick Loewe (com tradução sua) espectáculo galardoado com o Globo de Ouro para Melhor Espectáculo do Ano e Prémio de tradução
“Música no Coração” de Howard Lindsay e Russel Crouse (com tradução e adaptação sua) Globo de Ouro para o melhor espectáculo do ano 2006
“O Principezinho” de Saint Exupery (tradução e adaptação sua)
“Jesus Cristo Superstar” de Andrew Lloyd Webber e Tim Rice (com tradução sua)
“West Side Story” guião de Arthur Laurents (com tradução sua)
A partir de Junho de 2007 passou a dirigir a programação do Teatro Rivoli, no Porto, produzindo e encenando “Jesus Cristo Superstar”,
“Música no Coração” e, ainda, “Um Violino no Telhado”.
Para a Televisão produziu, encenou e adaptou, entre outros:
“A Importância de se chamar Ernesto” de Óscar Wilde (com tradução sua)
“Não se paga, não se paga” de Dário Fo (com tradução sua)
“Paris Hotel” de Georg Feydou (com tradução sua)
“Espelho de duas Faces” de Arthur Miller (com tradução sua)
“Grande Noite” da sua autoria
“Cabaret” da sua autoria
“Todos ao Palco” da sua autoria
“Saudades do Futuro” da sua autoria
“Comédias de Ouro” da sua autoria
Gala “Campo Pequeno de Novo em Grande”, num espectáculo da sua autoria, emitido em directo pela RTP1 para celebrar a re - inauguração da Praça de Touros do Campo Pequeno
“Gala das 7 Maravilhas” da sua autoria, para a TVI, com transmissão em directo da Praça do Campo Pequeno, a propósito da cerimónia de eleição das 7 Maravilhas do Mundo a realizar em 2007, em Lisboa.
É autor de todas as canções dos programas de televisão “Grande Noite”, “Cabaret”, “Todos ao Palco”, “O Sonho do Cinema”, incluindo as canções dos musicais “Cabaret”, “Godspel”, “Aplauso”, “Porgy and Bessy”, “Mame”, “Oklahoma”, “Carossel” e as dos mais representativos autores anglo-saxónicos e franceses que fizeram parte dos programas citados.
Na Rádio fez várias traduções para peças e folhetins radiofónicos e foi responsável pelo programa “O Prazer do Teatro” que incluiu várias traduções dos mais conceituados autores da dramaturgia mundial.
Foi premiado várias vezes pela Crítica, Casa da Imprensa, Secretaria de Estado da Cultura e por várias revistas, na qualidade de autor, encenador e cenógrafo.
No décimo aniversário do 25 de Abril, a Associação Portuguesa de Críticos permeou-o como uma das personalidades que mais se destacaram no Teatro.
Foi condecorado Comendador com a Grande Ordem do Infante D. Henrique, por Sua Excelência O Presidente da República, Dr. Mário Soares.
Em 2000 foi premiado como personalidade do ano na área de Teatro, com os Globos de Ouro.
Em 2006 foi condecorado por Sua Excelência O Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, com a Ordem de Grão - Cruz da Ordem do Infante.
Foi condecorado em 2007 com a Medalha de Ouro da Cidade de Lisboa.
Parabéns, Filipe La Féria! Obrigado por continuar a dar vida ao Teatro e voz aos artistas portugueses!