Na praça central da cidade estava uma estátua de um príncipe feliz.
Um dia, poisou aos pés daquela estátua uma andorinha que ia para o Egipto e que já estava muito atrasada porque tinha convidado um junco a acompanhá-la na viagem. Mas o junco não se podia separar da terra, pois era esta que lhe dava a vida e, apesar do amor que ele sentia pela andorinha, não poderia acompanhá-la.
A andorinha olhou novamente para a estátua e notou que lhe caíam duas gotas pela cara abaixo: eram duas grossas lágrimas.
A ave perguntou ao príncipe por que razão chorava. Este respondeu que chorava pelos pobres da cidade que eram muitos. Ele também contou à andorinha que quando reinava ninguém lhe contava o que se passava e que os altos muros do seu palácio não o deixavam ver nada. Mas, agora, desde que ali estava, já conseguia ver a pobreza e a miséria de muitas pessoas.
Entretanto, o príncipe perguntou à andorinha se ela o queria ajudar. Inicialmente a ave recusou mas perante a insistência do pedido ela acabou por ceder e resolveu ajudá-lo.
Então, o príncipe pediu à andorinha que arrancasse o rubi da sua espada e o levasse ao casebre que ficava ali em frente, onde viviam uns meninos pobres cujos pais não podiam pagar a renda da casa e, por isso, iriam ser postos na rua.
A andorinha assim fez. As crianças que viviam no casebre ficaram muito contentes porque poderiam vender a pedra preciosa e arranjar dinheiro para pagar a referida renda.
Mas estava na hora de partir para o Egipto e a andorinha despediu-se do príncipe. Este voltou a pedir-lhe que não partisse pois continuava a haver muita gente na cidade que precisava de ajuda. Era necessário ir levar uma safira a um escritor que estava muito doente e não tinha dinheiro para pagar os remédios. A andorinha olhou para o príncipe e lembrou-o que a safira era um dos seus olhos – estaria ele interessado em ficar vesgo? No entanto, ele não hesitou e pediu-lhe que levasse a pedra ao escritor. E, assim foi, a andorinha voou e lá foi entregar a jóia ao pobre escritor.
Mas naquela cidade existiam muitas outras pessoas pobres a precisarem de ajuda. A andorinha precisava de partir porque as suas irmãs esperavam por si no Egipto. No entanto, o príncipe ainda precisava de ajuda: era necessário que a andorinha lhe tirasse a outra safira para que ele pudesse continuar a praticar o Bem.
Enquanto o Inverno chegava de mansinho, a andorinha ia ajudando todos os pobres da cidade.
Agora, já nada de valor havia na estátua do príncipe.
Agora, a andorinha não tinha coragem de o abandonar.
Então, o pássaro deitou-se aos pés do seu amigo príncipe e ali ficou…
Mas o frio começava a ser cada vez mais intenso e numa noite gelada a andorinha morreu, tendo deixado o Príncipe Feliz profundamente triste.
A estátua perdera a beleza porque já não tinha pedras preciosas a decorá-la. Então, alguém a levou para uma fundição. Mas, após ter sido sujeita a altas temperaturas, verificou-se que o coração de chumbo do Príncipe Feliz se mantinha intacto. Decidiram levá-lo a um outro ferreiro que também não o conseguiu fundir. Perante isto, o ferreiro decidiu atirá-lo para o lixo.
Curiosamente, o caixote de lixo onde foi deixado o coração da estátua era o mesmo onde se encontrava o corpo da andorinha. Quisera o destino que ficassem juntos.
Entretanto, passou um anjo que recolheu o corpo da andorinha e o coração do Príncipe Feliz. O céu nunca mais foi o mesmo, a andorinha e o Príncipe Feliz viveram eternamente no Jardim do Paraíso ao som das mais belas melodias.
Maria Santos, 5ºC
Imagem in http://maniadeler-cintia.blogspot.com/2009/05/o-principe-feliz-uma-linda-historia.html
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